O Politécnico viu: Toc Toc

Uma comédia boa para ver no meio de uma tarde, sem grandes pretensões. O estilo não-hollywoodiano me agradou de cara. Pelo nome do filme, sinopse e cenas iniciais, já dá para entender que o filme aborda um transtorno, aceitação etc, numa pegada humorística.
 
Quando apareceu um personagem com Tourette, já me remeteu a um episódio antigo de South Park e pensei que o grande viés cômico do filme seria pegar essa síndrome e levar ao ridículo. Engano. Boa parte das piadas vem de outro personagem e, de certa forma, todos ali desempenham parte essencial para construção do ar engraçado e leve do filme. Trouxeram uma mulher com vícios de limpeza, que, ironicamente, quase perde a graça esse ano, pois espera-se que todos adquiram uma prática próxima a dela no filme. Brincadeiras com pragmatismo religioso, repetição de palavras, medo por linhas (e não por gráficos, como nos é comum); basicamente, a graça reside em como eles vão conciliando os comportamentos para se entenderem. Esperado, mas não deixa de ser engraçado.
 
Há algumas partes que o roteiro quase que nos pede para engolir, sem muita relação com o filme ou mesmo com a realidade. Se você ignorar algumas inverossimilhanças, o filme fica mais engraçado e aceitável. Ainda não entendi o lance das cores (fica para quem assistiu tentar me explicar), também achei jogada a informação de como uma personagem adquiriu o transtorno. Ainda assim, você ignora rápido e continua assistindo, pois é engraçado. Só não me agradou, de fato, uma parte do desfecho, pois achei de mau gosto rolar uma falsidade ali. Doutorzinho vacilão.
 
Nota: 7
Arthur Belvel,
Engenharia Mecânica, 1º ano

 
Por causa de um “erro do programa” e um chá de sumiço, seis pessoas com Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC), que imaginavam que iriam em uma consulta com um médico renomado, vão ajudar uns aos outros a encarar seus problemas.
 
O filme não é apenas uma comédia, pois nele temos personagens bem trabalhados, uma evolução sutil como consequência das interações (conflitos) e, principalmente, tudo de forma bem leve. Mesmo com um “final” bem previsível, ele consegue mostrar, não de forma completa, as dificuldades de alguém com TOC e ensinar uma lição de vida de forma simples e natural.
 
Nota: 8,4
Maikon Yukio
Engenharia Civil, 3° ano
 

Pesquisando mais sobre o filme após vê-lo, não me surpreendi ao descobrir que ele era uma adaptação de uma peça de teatro francesa. A presença de um cenário único e do roteiro focado no diálogo dos personagens, trazem elementos do teatro para o filme disponível na Netflix. A minha primeira impressão era como o filme me lembrava a outras obras de cenário único como 12 homens e uma Sentença, Cães de Aluguel e Deus da Carnificina, entretanto, o maior paralelo para mim era com o Clube dos Cincos.
 
Ambos os filmes reúnem personagens com impasses internos e que buscam formas de se adequar da melhor maneira na comunidade em que vivem. Por uma casualidade, em Toc Toc um erro no sistema faz todos os pacientes terem suas consultas marcadas no mesmo horário, e no Clube dos Cincos pela detenção simultânea dos alunos, os personagens são jogados dentro de um espaço onde acabam tendo que conviver.
 
Os dois filmes tratam de personagens que acabam sofrendo em decorrência de suas particularidades e de suas personalidades. Assim, esses indivíduos acabam por não conseguirem viver da forma mais completa diante das dificuldades impostas por suas singularidades. Os filmes, ao exporem as individualidades dos personagens, acabam por criar uma maior conscientização e empatia acerca de questões como bullying e doenças mentais. Os personagens unidos por suas diferenças acabam se abrindo e ajudando uns aos outros a conviver melhor com os outros e consigo mesmo. Toc Toc é um filme digno de ser visto por procurar criar uma maior conscientização e empatia a um tema importante de uma forma mais leve e divertida.
 
Nota: 7
Roberto Araújo,
Engenharia Civil, 3° ano

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