O que acontece quando uma força imparável encontra um objeto que não pode se mexer?

Uma breve tentativa de nos conhecermos pela física.
 
Você já deve ter ouvido em algum lugar, ou até assistido àquele terror que foi o filme Batman vs Superman,a seguinte indagação: “O que acontece quando uma força imparável encontra um objeto que não pode se mexer?”, e hoje eu vou tentar esclarecer essa dúvida.
 
Para começar é importante entender nosso real problema. Pela própria ideia de velocidade relativa e de referencial, um objeto sempre pode estar em movimento, desde que outro se movimente em relação a ele, é como ser o Sol e ver a Terra (um objeto enorme e pesado) dando voltas na gente. Nesse caso a ideia é ter, na verdade, um objeto que não possa ser acelerado (a = 0) por um empurrão, e para isso vamos usar um conceito básico da física, a segunda lei de Newton, que de uma forma simplificada nos permite dizer que a força resultante em um bloco é igual ao produto da sua massa pela sua aceleração (F=m*a).
 
Dado isso, a aceleração de um bloco pode ser escrita como a força resultante dividida pela sua massa (a= F/m). Portanto, para existir um bloco não acelerável, a sua massa tem que tender ao infinito.
 
E o que seria uma força imparável? Bom, todas as forças fundamentais na natureza são causadas por partículas (como fótons ou grávitons*) que interagem com um objeto e alteram o seu momento. O único jeito de não ser afetado por uma força é não interagindo com essas partículas, dessa maneira as forças serão imparáveis se não conseguirmos evitá-las. Para esse problema, o que nós buscamos é uma força cuja velocidade não pode ser alterada por empurrão. Resumidamente nós voltamos para o resultado anterior, um objeto não acelerável.
 
Por mais estranho que pareça, ambos os objetos seriam iguais e a única diferença entre eles é o seu referencial. E dessa forma podemos espelhar esse exemplo para a vida, diversas vezes encontramos na nossa frente objetos que não podem ser movidos e agimos como forças imparáveis, existem situações em que nos doamos ao máximo por algo ou por alguém e esse algo ou alguém apenas não se move, não retribui, não sente.
 
Ah! E o resultado desse encontro? Bom, ele é simples e talvez até um pouco broxante, para aqueles que esperavam um grande resultado com explosões e fogos de artifício (como a imagem sugere), sinto lhes decepcionar, a física nos mostra que às vezes a melhor solução é apenas deixar passar. Isso mesmo que você leu, eles simplesmente não interagem, um passaria pelo outro, e a solução está na formulação dos parâmetros, o próprio significado de “não acelerável” nos mostra que esse encontro não pode ocorrer, caso contrário, ambos os objetos seriam acelerados. E disso podemos tirar algumas conclusões, como a importância de saber deixar para trás, saber seguir sua vida sem insistir em objetos que não se movem.
 
A física nos ensina a ter responsabilidade emocional com nós mesmo, você pode vencer uma batalha simplesmente escolhendo não enfrentá-la. Deixe passar. Cuide de você. Você merece se amar.
 
*não é confirmada a existência de grávitons; até o presente momento.
OBS: E por mais que minha mãe não acredite, os engenheiros, físicos e matemáticos também amam.
 
Luiz Fernando Delboni,
Engenharia Elétrica, 3° ano

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