Assim que eu soube que o filme seria um de mercado financeiro, já bateu o soninho, mas vi que o elenco era bom — na verdade, excepcionalmente bom —, resolvi ver logo. O filme teve um começo bem legal e foi se amarrando bem. Obviamente, eu não entendia muito bem os termos que apresentavam (e meu respeito pelos grupos de extensão dessa área foi crescendo conforme não entendia). Ele trata sobre a crise econômica de 2008 e, basicamente, sobre como algumas pessoas apostaram na quebra do mercado imobiliário (o que soava absurdo).
A conexão entre a história me pareceu o ponto alto do filme. Como, sem se conhecer, os personagens se influenciavam. O que me agradou bastante foi a didática do filme, que se propôs a explicar o que significavam os termos usados. Na primeira vez, não serviu tanto, mas as outras me pareceram bem sucedidas. E todo esse estilo de quebra de quarta parede, que aconteceu diversas vezes durante o longa, ajudavam a dar uma aliviada enquanto você talvez não entendesse direito o que acontecia (meu caso).
“A Grande Aposta” tece sua crítica, principalmente, por meio de dois personagens: Mark Baum e Ben. O filme dá uma perspectiva triste sobre a crise, mostrando quem seriam — como de fato vimos no decorrer dos fatos — considerados culpados injustamente, sendo também, os mais afetados pela crise: a população que sustenta as bases desse sistema econômico. A cena mais marcante é quando Ben pede para que Jamie e Charlie parassem de dançar para comemorar, pois tinham acabado de apostar contra toda a economia americana, e, se estivessem certos, milhares de mortes estariam por vir.
No geral, o filme é bom. Apesar disso, tem cenas que você fica sem entender muito bem o que está acontecendo, não apenas nos termos técnicos, mas na cena em si. Além disso, o final é bem corrido, e algumas questões são abordadas de forma bem rasa. É legal, mas não é tudo isso, ainda mais se você não for aficionado pelo tema.
Nota: 6.5
Arthur Belvel,
Engenharia Mecânica, 1º Ano
Em um ritmo frenético e envolvente, “A Grande Aposta” nos conta a história de como um grupo de investidores lucraram uma fortuna com o colapso financeiro resultante da crise de 2008. Repleto de termos técnicos, jargões do mercado financeiro (CDO, triplo-As, CDS) e com explicações pouco elucidativas desses, o filme pode parecer meio confuso nos primeiros minutos, mas, com o decorrer da história e com certo desprendimento de tentar compreender completa e perfeitamente cada palavra de todas as falas, é plenamente possível entender o enredo mesmo sem o conhecimento dos termos. Mesmo já sabendo o desfecho da história, a construção do filme prende o espectador, deixando-o ansioso pelo momento em que ocorrerá a “virada do jogo”.
Com cenas e personagens marcantes, como o antissocial e genioso Michael Burry – personagem real fundador do fundo de investimento Scion Capital – e o caricato e espontâneo Mark Baum, nome falso dado ao investidor real Steve Eisman, o filme não se prende muito em mergulhar no imaginário das personagens nem em contar a fundo seus dramas pessoais. Além disso, a presença constante de negociações de valores elevadíssimos faz com que, após alguns minutos, a expressão “milhões de dólares” nem pareça tão forte assim. Tive a sensação de que o filme transporta o espectador para as ruas e bancos de Wall Street: muitas informações, ritmo dinâmico e acelerado e quantidades astronômicas de dinheiro. Ademais, pouquíssimas vezes é colocado em perspectiva o que realmente está em jogo. O sucesso dos investidores era sinônimo do colapso da economia americana (e mundial), milhões de desempregados e de pessoas endividadas. No fundo, não são apenas números que estão em jogo, mas sim a vida de pessoas. Contudo, cabe lembrar que o verdadeiro vilão da história é o sistema bancário fraudulento que promoveu o inchaço da bolha e não os investidores. E é justamente assim que o filme termina: fazendo uma forte crítica a esse sistema, que pouquíssimo mudou desde 2008.
Nota: 8.5
Thalissa Reis,
Engenharia de Produção, 1° Ano
A crise financeira de 2008 foi, sem sombra de dúvidas, uma das maiores que o capitalismo enfrentou, só para ter ideia das consequências, o EUA teve aproximadamente 2,5 milhões de empresas extintas e mais de 8 milhões de desempregados e isso tudo teve início com os investimentos imobiliários.
O filme é dividido em quatro núcleos, o primeiro é o investidor e excêntrico Michael Burry que, ao investigar os dados de hipoteca, percebeu em 2005 a crise que viria e começou a investir seguros para os CDO’s. O segundo núcleo é a equipe comandada por Mark Baum, uma pessoa que possui um rancor por Wall Street e por meio de uma ligação cruzada previu a próxima crise global. O terceiro grupo é o formado pelos jovens Charlie Geller e Jamie Shipey que conseguiram lucrar com investimentos arriscados e, depois de ler sobre a bolha imobiliária decidiram investir contra os bancos com a ajuda de Ben Rickert. Por último, temos o carismático Jared Vennett, que soube dos investimentos de investimentos contra o mercado imobiliário e decidiu estudar a respeito.
O primeiro ponto a admirar do filme é a sua direção que não segue um padrão habitual, temos momentos de piadas, quebras da quarta parede, momentos de explicação para o telespectador com personalidades conhecidas, tudo isso junto com um elenco recheado e bem trabalhado.
Outro ponto é a atuação dos atores que, apesar de terem um tempo de tela menor para cada um, conseguem se destacar de forma distinta e ter seus momentos de glória.
Mas nem tudo são lucros, o filme é bom na maioria dos seus elementos, porém não é excelente. Exemplo disso é a proposta de ensinar as pessoas leigas os principais aspectos sobre a crise, que apesar de tentarem, não foi didático o suficiente para termos uma compreensão total sobre a situação.
Nota: 8.5
Maikon Maikon Yukio
Engenharia Civil, 3° ano
A Grande Aposta abraçou o desafio de fazer um filme sobre a crise financeira de 2008. Um tema, digamos, não muito animador. Entretanto, o filme entrega drama, ação e até um pouco de comédia, com vários personagens planos, porém com peculiaridades curiosas como a necessidade de autoafirmação, arrogância e até fobia social.
Todavia, os personagens principais são unidos por um mesmo elo: eles apostaram (e acertaram) a respeito da crise imobiliária nos Estados Unidos. O roteiro é focado em discorrer como esses profissionais conseguiram entender o rumo que estava se encaminhando a economia por causa de produtos financeiros inexatos e pela ganância dos bancos e dos próprios cidadãos.
Talvez, a coisa que mais me chamou atenção no filme, além das metáforas para explicar termos financeiros (apesar de acreditar que algumas comparações apesar de divertidas foram insuficientes) tenha sido o ritmo que acompanha tanto o cenário da época quanto a personalidade de cada personagem. Podemos sentir os sentimentos de correria, calmaria, êxtase e apreensão por meio dos atores, dos cenários e pela movimentação da câmera.
A Grande Aposta acertou em retratar um período tão caótico e, de certa forma, surpreendente por uma visão dos agentes que acertaram em suas previsões. O filme consegue demonstrar que o inesperado não foi tão inesperado, que ele estava sendo construído aos poucos por meio da distração (e da negligência) tanto das instituições financeiras quanto dos próprios consumidores.
Nota: 7.0
Roberto Araújo
Engenharia Civil, 3° ano
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