Entrevista Gabriela Tamaso Vice-presidente Revoada

Porque você escolheu estudar na Poli e fazer engenharia mecatrônica?
Eu sempre me identifiquei como uma pessoa de exatas e na hora de escolher meu curso fiquei na dúvida entre matemática ou engenharia. Eu fui para engenharia porque parecia uma opção mais aberta e um local em que eu pudesse ter mais opções de trabalho.
Escolhi Poli porque eu sou de São Paulo e estudar na USP sempre foi meu sonho. Optei por mecatrônica porque sempre gostei de construir robozinhos desde criança nas aulas de robótica, aí achei que seria o curso certo.
 
O que você enxerga como grande diferencial da Poli para outras escolas de engenharia?
Acho que um diferencial é um campus onde ela está inserida, que nós fornece muitas oportunidades. Além disso, nós podemos ter experiências únicas, seja em grupos de extensão, vivências em centrinhos ou até em eventos de outros institutos. A Poli tem um ensino muito bom, não sei se melhor do que o de outras escolas, mas ela oferece um contato com diversas experiências fora da sala de aula que acaba sendo um diferencial.
 
Como foi o seu processo de adaptação ao EAD?
Foi um pouco complicado no começo, não sabia se íamos ter uma semana de suspensão ou se as aulas presenciais iam voltar depois de um mês. No começo estava me iludindo que as coisas iam durar pouco, acho que todo mundo estava. Gostava de poder acordar um minuto antes da aula, principalmente porque eu sempre durmo muito tarde. Depois foi ficando uma loucura com as provas EAD e os professores quase sem controle. Tinha muita coisa para fazer, ou fazia coisas da Poli, do Grêmio ou dormia, até me afastei um pouco dos meus amigos. Respondia eles só para perguntar coisas de aula mesmo.
Foi bastante caótico o processo de adaptação, hoje em dia já me acostumei um pouco. Mas ainda está caótico, sempre esqueço de entregar coisas [risos], eu até gosto da aula EAD porém não gosto da Poli EAD.
 
O que você acha do ensino na sala de aula?
Por exemplo, eu tenho déficit de atenção e o ensino de aula sempre foi complicado, eu não consigo prestar atenção, nunca. Para mim uma das vantagens do EAD é que eu tenho aula gravada e consigo assistir quando quiser, o que me ajuda muito. Por isso que eu, particularmente, nunca gostei das aulas presenciais.
Então, o conhecimento adquirido fora de sala sempre foi mais fácil para mim, eu sempre aprendi mais dessa forma. Fazer as coisas na prática ou no manual sempre foi mais fácil.
 
Quais são os problemas que você identifica dentro da Poli?
Eu enxergo muitos problemas, podemos começar com os professores que não perceberam que os alunos têm mais matérias além da deles. Acho que a acessibilidade em alguns prédio também é preocupante, estão construído um elevador no Biênio porém ainda precisa de muita coisa.
A diferença entre gêneros também é um grande problema, temos menos de 30% de mulheres na Poli. Além disso, temos as dificuldade que todas as outras minorias enfrentam dentro da Poli.
Também tem um problema de acesso aos prédios, independente da época a circulação ainda é muito difícil, tanto para os grupos de extensão quanto para os centrinhos..
 
Qual o seu lugar favorito dentro da Poli?
Eu vou ser muito clubista porém adoro a sala de puffs dentro do Grêmio. Sempre foi um espaço bem agradável de ficar e eu sempre me sentia bem por lá.
 
Qual foi a sua matéria preferida? E qual foi a mais difícil?
Vou ser polêmica com essa resposta [risos], porém seria PCC ou probabilidade. PCC porque eu já tinha experiência com CAD e é uma coisa que eu gosto muito de fazer, e probabilidade porquê junto com análise combinatória sempre foram as minhas matérias favoritas no ensino médio.
A matéria mais difícil foi Cálculo 3, por uma questão de momento já que foi no início do EAD e também porque não tinha absorvido todo o conhecimento de Cálculo 2.
 
Quais são suas expectativas para o ano que vem? E para daqui a cinco anos?
Se eu fosse sonhar muito queria Poli presencial, com rolês e como gestão do Grêmio, por favor [risos]. Ainda não pensei muita coisa, estou só torcendo para tudo voltar ao normal. Espero que tenha competição do meu grupo de extensão também, senti muita falta neste ano.
E para daqui a cinco anos, eu quero já estar com diploma e espero que esteja empregada. Quero trabalhar com engenharia na prática, espero que não seja em banco ou num escritório muito fechado. Eu só espero estar formada, trabalhando e com uns dez gatos [risos].
 
Qual a grande importância do Grêmio para você?
Nossa, muita coisa. Desde permanência, não só com bolsa, porém também com eventos ou projetos abertos que ajudam as pessoas a se acharem dentro da Poli. O acadêmico com a representação discente é indispensável para ajudar na conciliação dos professores com os alunos. O Grêmio tem o papel de representação dos alunos frente a diretoria, é por meio dele que podemos propor grandes mudanças e melhorar cada vez mais.
Acho que o movimento estudantil é super importante também, o Grêmio nasceu disso e tem que continuar assim, nós temos muita força representado mais de 6000 estudantes. Precisamos dessa força, principalmente agora com todos os cortes nas pesquisas e com os ataques que a educação pública vem sofrendo.
Como eu fui diretora de eventos, vou puxar um pouco para o meu lado. Acho que eventos e rolês são bem importantes, a semana de recepção é essencial para a integração dos alunos. Por exemplo, foi lá que eu conheci o time de futsal, meu centrinho, o meu grupo de extensão e tudo isso me ajudou com a minha vida dentro da Poli.
 
Qual foi sua principal motivação para se candidatar ao Grêmio?
Eu entrei como diretora de eventos porém tive a oportunidade de passar por todas as áreas do Grêmio. A gente sempre disse que antes de ser diretor de uma área a gente é diretor do Grêmio. No decorrer do ano tive a oportunidade de conhecer as outras áreas do Grêmio, primeiro foi as áreas do acadêmico, depois do interno, projetos e também da parte administrativa.
Acho que o Grêmio pode fazer muita coisa e foi estando lá dentro que eu aprendi isso, os alunos entendem uma parte de nossas funções e a gente sempre tenta mostrar tudo que fazemos. Apesar da maior parte do tempo a gente ter ficado no EAD ainda deu para desenvolver um carinho muito grande pelo Grêmio.
A gente não fez tudo que queria esse ano, seja por causa da quarentena, problemas que foram aparecendo ou porque um ano é pouco e tem coisa que leva mais tempo para fazer, ainda tem muita coisa que queremos realizar. No Grêmio aprendemos sobre sua importância e criamos um carinho enorme, seja pelas pessoas que estão trabalhando com você ou seja pelas coisas que você pode fazer para ajudar os outros.
Gosto de ver o impacto de nosso trabalho, acompanhei o processo de concretização de projetos internos como a distribuição de computadores no início do ano e de trabalhos externos como o “Meninas na Poli”. Eu quero entrar no Grêmio de novo porque esse ano foi de muito de aprendizado, não só do Grêmio porém da vida em si. Acho que criei um carinho que me dá muita força para querer mudar as coisas dentro da Poli. O Grêmio tem um nome muito grande, abrange muita gente, e acho que conseguimos fazer várias coisas em conjunto, a gente precisa trabalhar focado em atingir todo mundo e fazer as coisas serem o mais impactante possível.
O Grêmio pode mudar as vidas das pessoas, seja no sentido acadêmico, de permanência ou com as empresas. Foi vendo isso mais de perto que me deu mais vontade de continuar.
 
Você quer dizer algo para os nossos leitores?
Acho que só queria ressaltar a importância do voto para as pessoas, o EAD comprometeu um pouco isso e é importante trabalharmos nessa divulgação. Acho que independente da gestão, seja a gente ou oposição, só queremos alguém que faça um bom trabalho para o Grêmio e represente bem os 6000 alunos da Poli. Independente de quem ganhar, é importante que tenha pessoas engajadas e dispostas a ouvir todo mundo, passar noites acordadas e aprender muita coisa.
 
Roberto Araújo
Engenharia Civil, 3°ano
 
Thalissa Reis,
Engenharia de Produção, 1°ano
 
*Todas as chapas concorrentes ao Grêmio Politécnico foram entrevistadas e terão seus textos publicados em breve.

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