O Politécnico Viu: Crepúsculo

Crepúsculo dispensa apresentações. Quem viveu entre 2008 e 2012 certamente ouviu falar sobre ou, até mesmo, assistiu no cinema. O início da já clássica saga é uma trama com proposta inicialmente padrão, mas que, rapidamente, começa a soar no mínimo estranha, assim que uma família curiosamente afetuosa dá as caras, enquanto a protagonista luta contra seu lábio inferior, aplicando-lhe mordidas constantemente.

O sucesso a frente de seu tempo passa por erros já amplamente criticados, não me atento a estes, pois nada disso impede que seja um sucesso, já que todas as pontas do filme acabam amarradas no clichê adolescente, algo muito cativante. A aparição dos vampiros Black Eyed Peas, assim como sua vilania, foi muito rápida. Sequer pude me irritar com o ímpeto deles de lanchar a Bella, é instinto, tal qual os parasitas de Kiseijū: vivem para isso.

Antes de assistir, pensei que seria um caso de filme da “Regra dos 15 anos” — se você assistiu a um filme e gostou e não tinha 15 anos ainda, não reassista, vai estragar suas lembranças. Na verdade, Crepúsculo me pareceu muito melhor dessa vez, talvez porque eu já estivesse com a cabeça preparada pra me deparar com um filme ruim. Além disso, reparei como a trilha sonora é uma das melhores, Paramore e Linkin Park conseguem melhorar qualquer coisa.

Nota: 7
Arthur Belvel,
Engenharia Mecânica, 2º ano.


Um filme bastante conhecido, tanto positivamente quanto negativamente, e que possui uma enorme base de fãs e haters. No meu caso encaixo muito mais no segundo caso, mas seria um modismo ou existe razão para minha opinião?

O primeiro ponto que chama atenção em um bom romance é o desenvolvimento do casal e a naturalidade (mesmo tendo elementos fictícios) que ocorre. No filme de Crepúsculo esse desenvolvimento ocorre de forma brusca e conveniente para o roteiro, um exemplo é a cena que é revelado o Edward ser um vampiro, antes disso a relação entre o casal era principalmente a dualidade do Edward que, ao mesmo tempo, procurar entender a Bella e de se afastar por medo, mas depois esse conflito acaba quase que desaparecendo.

Outro ponto negativo são os tempos das cenas, as cenas impactantes acabam sendo longas demais e perdendo o impacto (ou até se tornando chatas), tempo que poderia ser utilizado para o desenvolvimento dos personagens e do casal.

O filme peca no romance, mas a reinterpretação da figura dos vampiros é algo válido e chamativa, mas se deve manter a essência que atrai o público, a figura popular do vampiro é muito associada à questão religiosa, como uma figura demoníaca, mas no filme acabou sendo mera relação de predador e presa. Um vampiro queimar na luz do sol seria representação da bondade exterminando o mal, mas o vampiro brilhar na luz do sol representa… (Alguém consegue responder?)

Nota: 5,1
Maikon Semelewicy,
Engenharia Civil, 4º ano.


Assistir Crepúsculo em 2008 e maldisser de suas interpretações, roteiro ou efeitos especiais era chover no molhado. Crepúsculo foi um marco na cultura pop e é um clássico do cinema adolescente como Harry Potter ou o Clube dos Cincos, apesar de não possuir resquícios da qualidade dos outros dois filmes. Todavia, após mais de uma década, Crepúsculo se transformou e junto com o BBB, que também sofria com as críticas de qualidade, virou cool, é legal gostar de Crepúsculo hoje.

É óbvio que os problemas ainda existem e que todos sentimos vergonha alheia com as caras e bocas dos atores, porém a magia continua presente. Como não se sensibilizar com o amor impossível de uma adolescente de 17 anos e um “jovem” vampiro de 100 e pouco anos, sejamos sinceros, é muito bom para ser ruim. Entre idas e vindas, Crepúsculo continua presente em nossas vidas, seja para nos emocionar ou para nos proporcionar boas gargalhadas.

Nota: 8
Roberto Araújo,
Engenharia Civil, 4º ano.


O primeiro filme de uma saga de sucesso, lembro-me de ter visto Crepúsculo ainda no ensino fundamental e, vendo-o novamente para escrever este texto consegui perceber e me incomodar com muitas cenas e trechos do filme que não me marcaram quando pré-adolescente.

No começo do filme vemos Bella, uma garota do ensino médio que, para permitir que a mãe acompanhe seu padrasto nas suas partidas de baseball vai morar com seu pai em uma pequena cidade com menos de 5 mil habitantes.
Sendo nova na cidade, ela consegue atrair a atenção de seus colegas e, por ter um sangue especial, a de um vampiro que desenvolve um interesse doentio por ela. O vampiro chamado Edward e sua família são vistos como esquisitões na escola, porem após conhecermos melhor a família vemos que apenas Edward é realmente estranho.

Edward mesmo sem conhecer direito Bella invade a casa dela para a ver dormir, fala que não deveria ser próximo dela, mas sempre que possível começa uma conversa, seu relacionamento com a garota e um convite para jogar baseball com a família dele causaram-lhe um problema imenso, ela brigou feio com seu pai repetindo as palavras que sua mãe lhe disse quando ia se separar, passa por um apuro gigante, quase perde a mãe, a própria vida e mesmo assim ela ainda continua interessada no vampiro.

O filme pode ser interessante para jovens que, às vezes por falta de maturidade às vezes por simplesmente conseguirem ignorar os defeitos que apresentei. Porém continua sendo na minha opinião uma obra fraca.

Nota: 4,5
Thomás MASG,
Engenharia Elétrica, 4º ano.


Para mim, Crepúsculo tem o ingrediente fundamental para qualquer filme de sucesso: ser baseado em um bom livro. Claro que isso não garante a qualidade do filme por si só, mas já dá um enorme alicerce e uma fanbase quase por garantia. Mas eu, o tipo de adolescente que se negava a ler e/ou assistir os grandes sucessos do momento, talvez tenha acertado em deixar para assisti-la com uma visão mais adulta.

Ele tem cada um dos detalhes para um clichê de sucesso: um par romanesco que atravessa desventuras, grandes falas românticas de fazer inspirar o coração e uma corajosa heroína, de feições dolorosamente inexpressivas, que, diante das ameaças de morte daquele que julga ser seu grande amor, valendo-se da nobreza do seu coração, responde com um grandioso “Eu não me importo”.

O filme começa com uma hora de expressões de Bella em filtro frio e dramático – apoiado pelo clima chuvoso –, passando por tempestuosas e rápidas mudanças, quando enfim evolui para mais uma hora de filme, de cenas mais quentes e uma grande ameaça de morte, que enfim abala as bases da nossa grande heroína, vinda de um personagem que simplesmente eclode na história.

Os efeitos nem sempre são de revirar os olhos e a trama, bom, é de agradar qualquer jovem adulto viciado em romances adolescentes da Netflix. O que há de melhor para ser visto no filme é Robert Pattinson, que em minha cabeça ainda é visto como Cedrico Diggory, por causa da sua atuação – e não os seus pulinhos entre árvores – que salva 73% da película.

Minha crítica fica para como as passagens na história são feitas, como se a personalidade dos personagens mudasse, e meus elogios ficam para a cena do jogo de basebol e para o vampiro que talvez, para salvar o que resta de suas expressões faciais, devia ter ficado em Hogwarts.

Nota: 6
Samira Paulino,
Engenharia de Petróleo, 2º ano.

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