O Politécnico Ouviu: “Causos da Cadopô – Ep. 4 ‘Encrencas em Família'”

O “Ep. 4 – Encrencas em família” é o último episódio da podpeça Causos da Cadopô, do Grupo de Teatro da Poli (GTP). A cena se passa no terraço e, posteriormente, no Bar do Ivo, enquanto Ângela finaliza sua inspeção. Temos um episódio que se relaciona muito mais com a própria Casa do Politécnico do que com a Poli em si, pois os causos apresentados são sobre o que se passava na casa em anos anteriores, com os garotos criando verdadeiras encrencas com os vizinhos.

Já de cara, somos introduzidos a um novo personagem, Seu Zé, o porteiro de um prédio de moradores vizinho à Cadopô. Este prédio era uma das principais vítimas dos garotos, que, conforme contam os causos, já arremessaram sardinha dentro das casas de moradores, já encheram a fonte do prédio com sabão em pó, entre outras. Durante esses momentos, pode-se notar uma Ângela cada vez mais interessada na casa e com um lado mais humano, pois titubeia em contar uma história sua em que faz “molecagem” também.

A história prossegue com a chegada do Seu Zé para, de fato, participar da cena. Ao contrário do que se esperaria, ele também demonstra um enorme afeto pelos antigos cadopolitanos e pelo Seu Janô, a quem chama de “Janôzinho”. Nossos três personagens vão para o Bar do Ivo, outro lugar citado repetidas vezes anteriormente, mas que só no último episódio desenvolvemos a noção da importância que tinha para o ambiente politécnico e, principalmente, cadopolitano. Seu Ivo tinha uma relação muito próxima com os garotos e, em seu bar, até fotos dos meninos são dispostas nas paredes.

Nesse contexto, como é de se esperar, dado o tema e os episódios anteriores, as histórias são contadas com leveza e bastante humor. O “rapto” do pato na rua, que posteriormente serviria de almoço para os garotos, preparado no Bar do Ivo, me lembrou um “ensinamento” de um amigo, que, quando falávamos de produtos sem preço, sempre me dizia: os patos do parque são de graça — incentivando a fazer, literalmente, o que os garotos fizeram.

Por fim, com a história contada por Ângela, em que ela prega uma peça na vizinha bisbilhoteira, nos deixa ainda mais próximos dessa personagem, já não a enxergando mais como vilã. Em seu diálogo com sua filha, vemos que ela já repudia a ideia de derrubar o prédio e se põe a pensar em como preservar o lugar. É um encaminhamento perfeito, de uma história contada com maestria pelo GTP. Foi capaz de me cativar pela Casa ao mesmo tempo que desenvolve todo o psicológico de duas personagens num período que, na verdade, dura menos de dois dias. A Casa do Politécnico é um lugar de extrema importância histórica para a Poli e o GTP fez o incrível papel de rememorar e aproximá-la, com muita dedicação nos quesitos técnicos, ao público da Poli. Foi um imenso prazer acompanhar essa história e torço para que mais episódios sejam gravados.

Arthur Belvel,
Engenharia Mecânica, 2º ano.

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