Olá, ingressante! Tudo bom? Venho, por meio deste texto, lhe parabenizar por ter entrado na melhor escola de engenharia da América Latina! Foram meses e meses de estudo e dedicação, horas em claro fazendo exercícios, dezenas de redações, milhares de surtos e muitos, eu disse muitos, rolês e festas que você teve que desmarcar. É, a vida de vestibulando não é nada fácil, mas tudo deu certo, não? Todo o seu esforço foi recompensado!
Mesmo sendo uma surpresa maravilhosa, imagino que você esteja sendo bombardeado de informações, convites, parabenizações e mais um monte de mensagem. Atlética, Centrinho, Grupos de Extensão e até um tal de Grêmio, todos querendo falar com você — dê atenção a todos, rockstar, não deixe a fama subir à cabeça!
Um grande amigo meu me disse, quando entrou na Poli, as seguintes palavras: “Onde eu fui amarrar meu jegue, Luizola?”. Pensando nisso, eu me pergunto se todos vocês sabem o que é estudar na Poli. Você pode me responder: “Ah, é uma escola de engenharia, né, Luizão? Deve ter cálculo, números, letras gregas, notas baixas e reprovações”. Bom, meu caro gafanhoto, você está corretíssimo! Mas também é muito mais do que isso!
A Escola Politécnica foi fundada em 1893 por Antônio Francisco de Paula Souza (pessoal que veio da ETEC, pois é, vocês tentaram escapar, mas não conseguiram!) e, em 1934, foi anexada à USP. A Poli sempre foi muito atuante na história do estado de São Paulo e do Brasil. Além de sempre ser sinônimo de qualidade no ensino de engenharia, ela participou de momentos marcantes do nosso país. O primeiro deles foi a Revolução Constitucionalista. Na situação, a Escola Politécnica juntou forças para fabricar armas e munições para o exército, buscando proteger São Paulo. Fora isso, alguns alunos foram para o campo de batalha e lutaram na Revolução. Em 2020, durante a pandemia, a Poli, por meio de professores, funcionários e alunos, criou o Inspire, um ventilador pulmonar de baixo custo, que foi de extrema importância para todo o país, ajudando, principalmente, na crise do oxigênio que ocorreu em boa parte do norte do país no final daquele ano.
A Poli é isso: um local, no meio da USP, cheio de jovens extremamente talentosos e com pensamentos e histórias diferentes — e é maravilhosa. Basicamente, uma fábrica (ou uma bomba rs) de boas ideias, iniciativas e, principalmente, mudanças! Tudo isso culmina em uma união indireta extremamente gratificante.
Provavelmente, você não vai conhecer todos os alunos da faculdade, mas, mesmo assim, quando você precisar, tenha certeza que a Poli estará lá para você! Seja por meio do Centro Acadêmico, da Atlética ou do Grêmio Politécnico. Você faz parte de uma família gigantesca agora, aproveite! E lembre-se: não existe ex-politécnico!
Por fim (eu juro que estou terminando), retomando aquela ideia do início do texto, a Poli pode, sim, ser bem difícil do ponto de vista acadêmico — não vamos mentir, não é mesmo? —, mas não é nenhum bicho de sete cabeças. Você passará por momentos complicados, terá que fazer várias listas de exercícios (comece pela imprescindível lista 0 de Cálculo, não dê um passo maior que a perna!) e inúmeras provas antigas, mas você vai conseguir! Neste primeiro semestre, vá com o peito aberto, estude e foque, mas, principalmente, aproveite as oportunidades que aparecerão para você.
Bom, imagino que agora você já tenha ideia do vespeiro que entrou. Existem centenas de outras coisas que eu não vou te contar, mas que você ainda vai descobrir: IntegraPoli, Fujas do Nabo, videoaulas do Possani… mas não esquenta! Apenas relaxe e se permita viver esse momento. Afinal, aqui começa a sua história na Poli!
Luiz Henrique Piffer Marques,
Engenharia de Produção, 2º ano.
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