Recentemente, uma iniciativa do Burger King ganhou destaque: ao fazer seu pedido em um aplicativo de delivery, o tempo de espera para a entrega era de 267,6 anos. Obviamente, os clientes ficavam bravos e “preocupados” com esse tempo, e, quando o pedido finalmente chegava, depois de alguns minutos, tinha a seguinte mensagem: “A equidade salarial entre homens e mulheres vai ser atingida daqui a 267,6 anos”.
Essa situação veio à tona de novo para mim enquanto fazia parte da redação da manifestação da Congregação diante das falas de Eduardo Bolsonaro, alegando de maneira totalmente deplorável que, dentre outras questões, a responsabilidade pelo problema da obra no metrô da Linha Laranja se devia à contratação de engenheiras na equipe. Nesse texto, o que queria ressaltar é a informação que consta nessa manifestação: em toda a história da Poli, cerca de 3.500 mulheres se formaram.
Parando para pensar que a cada ano entram cerca de 960 alunos na Escola e que a Poli já tem 128 anos, a quantidade de alunas já formadas se mostra praticamente pífia. Inclusive, chega a ser interessante usar o termo “pífia”, que tem como sinônimos desprezível e irrelevante, porque as mulheres já formadas e que ainda se formarão na Escola podem ser tudo, menos insignificantes. O caminho que construíram até aqui e que continua a ser construído é motivo de orgulho, restando apenas a pergunta: daqui a quantos anos atingiremos a equidade em relação à formação de homens e mulheres na Escola?
E, nesse dia internacional das mulheres, desejo às outras futuras engenheiras da tão comentada Escola Politécnica da USP uma carreira brilhante, repleta de realizações dentro do que cada uma almeja. Muita força na nossa jornada para estarmos cada vez mais perto de um número digno das mulheres da Poli!
Beatriz Bicudo,
Engenharia Elétrica, 4º ano.
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