O Politécnico viu: Joy

Jennifer Lawrence em cena de Joy (Divulgação: 20th Century Fox)

Responsável por render indicações à Jennifer Lawrence em grandes premiações, Joy (2015) foge do estereótipo de filme bibliográfico, e já no início se consagra com uma narrativa cômica e com referências à narrativa de uma novela dramática. O longa conta a vida de Joy Mangano, uma inventora que se estabeleceu por sua visão empreendedora e pela criação de diversos produtos domésticos.

Protagonizado por Lawrence, Joy é uma jovem brilhante, com uma vida pessoal extremamente conturbada. Divorciada e mãe de dois filhos, ela vive com seus pais e seu ex-marido, que mora no porão. Sua mãe passa os dias na cama assistindo a novelas com tramas absurdas, apenas para não ter que lidar com o ex-marido, apesar de estarem divorciados há 17 anos.

Mesmo convivendo com todas essas dificuldades, Joy mantém sua criatividade e perseverança, inventando um esfregão milagroso que será capaz de revolucionar a limpeza doméstica. Contudo, ela precisará enfrentar muitos desafios para conseguir produzir e vender sua ideia.


Joy é um filme que me causa uma dualidade de opiniões, por vezes ele acaba sendo extremamente premeditado, se encaixando em uma narrativa de um livro de autoajuda, e é exatamente isso que traz essa mensagem de esperança e motivação. Ainda mais se pensarmos que é uma biografia de uma mulher real, essa perseverança da protagonista que não se deixa abalar pelos empecilhos impostos, lutando contra tudo e todos para atingir o sucesso, em resumo é a famigerada história de “We can do it!”.

Não podemos deixar de falar das pitadas humorísticas, que chegam sempre nos momentos mais oportunos possíveis, trazendo uma comicidade inegável ao filme. Esses momentos normalmente são ligados a família da protagonista que se mostra ligeiramente caótica e acolhedora, estando presente em toda trajetória de Joy. 

Mesmo com esse ar clichê de uma história de “caminho do sucesso”, e sendo inspirado uma bibliografia que inicialmente não apresenta ares cinematográficos, o filme se constrói muito bem, consolidando Joy como uma mulher implacável que enfrenta todas suas frustrações e desilusões (e não são poucas), em nome do sucesso de suas invenções.

Nota: 8,0
Fernanda Yuri Muta,
Engenharia Química, 1º ano.


O filme segue alguns clichês, é previsível em algumas partes, mas não deixa de ter seu valor como uma história intrigante e divertida. O teor bibliográfico, talvez acrescente uma pitada a mais de sabor, te levando a imaginar as condições em que os fatos que inspiraram a história se sucederam. Mesmo com alguns defeitos, dignos de filmes que seguem minimamente o padrão hollywoodiano, o filme diverte propõe uma curta reflexão.

A interpretação dos personagens é o que traz, em minha opinião, o melhor aspecto do filme. Os personagens que têm a chance de serem desenvolvidos são muito bem construídos, destaque para Rudy, interpretado por Robert De Niro e Joy, a protagonista, interpretada por Jennifer Lawrence. Esses dois acabam roubando a cena de alguns outros que não houveram sua chance de desenvolvimento, mas mesmo assim agregam enorme valor à história

Como diria um conhecido meu, o filme se encaixa na categoria “diverte”

Nota: 6,5
Rafael Varanda Bernardo,
Engenharia Mecatrônica, 2º ano.    


Com um enredo que evoca uma batalha de Davi contra Golias, Joy traz a história da criadora de uma das marcas mais bem sucedidas no desenvolvimento de produtos para limpeza doméstica, a Mop. Interpretada por Jennifer Lawrence, a personagem principal do filme é apresentada como uma pessoa que, apesar de ser muito inteligente, chegando até a ser laureada no ensino médio, é “atropelada” pela vida, entrando em um relacionamento complicado, tendo dois filhos pequenos e uma hipoteca para pagar. 

Apostando em pontos de inflexão, o filme apresenta várias justaposições, tanto imagéticas quanto no diálogo, mostrando em uma perspectiva distinta os conflitos internos em uma trajetória de sucesso. Além disso, a presença de pitadas de humor ajuda a carregar a história de modo mais leve, mostrando que, mesmo no meio do caos, há espaço para rir. 

É, por fim, uma bela história, com um elenco competente e estrelado, mas que faz as transições entre as fases do filme com um certo descuido e que não consegue se decidir entre drama e biografia, o que traz algum prejuízo à trama. 

Nota: 7,5
Luiz Antônio Melo,
Engenharia Elétrica, 2° ano. 


Joy é um filme cheio de emoções, na maior parte da obra a gente se agarra às esperanças da protagonista ao mesmo tempo que é continuamente afogado pela injustiça infligida a ela e sua família, a qual é constantemente obstáculo e força motriz para Joy.

A pressão da maturidade contrapõe sua imaginação e inocência quase infantis, fato que vai se desenvolvendo durante a trama até o ponto em que sua imaginação e postura por si só já se tornam mais maduras. Nesse momento, acho que o filme perde a mão um pouco, ao invés de mostrar uma Joy mais desenvolvida, o roteiro prefere transformá-la numa personagem genérica de filme de ação ou de superação, vestida de preto, cabelo cortado, perde a magia e abraça o clichê, para mim chega a ser cômico pelo absurdo. Creio que não era isso que o autor pretendia passar. 

Tirando tal momento, o filme é um bom entretenimento com uma história interessante, vale a pena dar uma chance.

Nota: 7,5
Bruno Pereira dos Santos,
Engenharia Civil, 1º ano.

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