Por Arthur Trovó — Engenharia de Produção, 1° ano e Diego Roiphe — Engenharia Civil, 1º ano.
Nada é tão perigoso para aprisionar a inteligência do que aceitar passivamente as informações.
(Augusto Cury)
Acorda cedo (e alguém não acorda mais). Come algo (e alguém não come nada). Tem pressa (e o metrô em greve). Toma seu rumo para a Poli. Longas horas dentro da sala (e o mundo acontece lá fora). Cálculo (e os preços sobem). Álgebra Linear (e uma matriz fluvial é contaminada pelo garimpo). Física (e um míssil é lançado). Monitorias (e uma criança está sem escola ou professores). Deixa a votação do Congresso Estudantil para depois (e os políticos decidem o resto). Volta pra casa (e tem gente que não tem para onde voltar). Estuda mais, até gosta (e alguém precisa trabalhar mais, até odiando). Precisa dormir (e não teve tempo de lembrar do mundo).
A rotina e os estudos unicamente exatos muitas vezes engolem o politécnico, que não tem tempo, nem oportunidade de se conscientizar do mundo, da política e da sociedade. Mas o mundo segue, independente, em suas tristezas. A política segue, independente, em suas injustiças. E a sociedade segue igualmente desigual, em seus problemas não resolvidos.
Como futuros engenheiros, nós costumamos ser incansáveis na busca por soluções, ávidos por decifrar os enigmas tecnológicos que desafiam a humanidade. No entanto, às vezes, negligenciamos um aspecto essencial da nossa formação: o papel que desempenhamos também como cidadãos cientes de nosso poder de influenciar o mundo e as pessoas ao nosso redor.
Será mesmo que encontraremos soluções para os problemas do mundo se nem ao menos os conhecemos, se não sabemos quais discussões estão em pauta no âmbito político e quais são as carências da sociedade?
Urge a tomada de consciência e o desenvolvimento do pensamento crítico do politécnico, coisa que não é simples. Justamente para auxiliar nesse processo e fazê-lo menos penoso, ocorrerá, entre os dias 12 e 16 de junho a 11ª edição da Semana dos Politizados, um evento organizado pelo Grêmio Politécnico em que convidados de grande nome em diversas áreas — como política, saúde, educação, mobilidade, inovação e sustentabilidade — vêm para a Poli, abrindo espaço para o debate e introduzindo o politécnico a esses ambientes.
Se você, que leu até aqui, se interessou com o evento, já marque em sua agenda e siga a SemaPol no Instagram para ficar por dentro das próximas informações, dos convidados e do cronograma! Com certeza, será uma experiência construtiva e que abrirá olhos e horizontes para o politécnico poder encontrar seu espaço e participar mais ativamente na política, na sociedade e no mundo.
Se você não está interessado em política, é provável que a política esteja interessada em você.
(Zigmunt Bauman)
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