Por Grinch Politécnico (Engenharia Neval, 24º ano)
Vários questionamentos podem rondar o espírito de qualquer estudante politécnico nesta véspera de Natal, pré-ceia. Será que a roupa do ano passado ainda serve? Vão ter passas no arroz? Quem será que me tirou no amigo secreto? Meu tio bêbado vai estar lá? E os namoradinhos? É pavê…? Entre todas essas questões, porém, falta a essencial, a que dá motivo a toda essa expectativa natalina. Não, não é sobre a existência do Papai Noel, tampouco sobre quantos anos Jesus estaria fazendo. É mais simples: será que fui uma boa menina, um bom menino neste ano?
Será mesmo que você, que agora me lê, merece presentes mirabolantes, aquele presente que você pediu na sua cartinha ao bom velhinho? Ou só vai ganhar carvão nas meias que receber da sua mãe no amigo secreto? Quase instantaneamente, um filme longo passa na sua cabeça. Flashes dos mais variados momentos do ano: quando você deu seu lugar no ônibus para uma senhorinha; todas as vezes que você não foi nas aulas; quando você recolheu um pedaço de papel sujo do chão; aquela vez que você pensou em colar em Mec A ou em MecFlu. Depois de rever todos esses momentos entre alegrias e tristezas, bondades e atos reprováveis, você avalia, pensa, e o prognóstico não parece estar muito a seu favor.
Então, você se lembra da vez que salvou um colega de uma reprovação porque explicou para ele a matéria vinte minutos antes da prova. Você se lembra que doou seu bife extra para o amigo que escolheu a almôndega de PVT achando que estaria gostoso.
“Na verdade, acho que mereço presentes”, você conclui. Você, que na última semana fez todas as subs possíveis e está esperando o amado professor lançar as notas. Um sorriso surge no seu rosto, um sorriso de quem vai rever o especial do Roberto Carlos com a mesma roupa do ano passado, vai tirar as passas uma por uma do arroz, vai ficar feliz com as meias que receber no amigo secreto, vai rir dos absurdos do tio bêbado, vai responder pra sua tia que sua alegre vida de politécnico não permite relacionamentos, vai perguntar se a sobremesa é pavê ou pacumê. E, à meia noite, vai olhar para o céu e torcer para que o Papai Noel afinal não tenha esquecido de você.
Que todos nós tenhamos um Feliz Natal, como boas pessoas que fomos, apesar de tudo!
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