OPV – Lisbela e o Prisioneiro
Lisbela e o Prisioneiro é uma longa-metragem brasileira de 2003, protagonizada por Debora Falabella e Selton Melo, estrelada por Marco Nanini e Paula Lavigne e dirigida por Guel Arrais. Após dirigir O Auto da Compadecida (2000), desta vez Guel convoca seu aclamado elenco para viver uma comédia romântica no interior de Pernambuco e consagrar outro clássico do cinema brasileiro.
Lisbela (Débora Falabella) é uma sonhadora mocinha da pacata cidade de Vitória de Santo Antão, interior de Pernambuco, que cresceu suspirando romances hollywoodianos. Leléu (Selton Melo) é um cafajeste que viaja de cidade em cidade levando seus espetáculos e negócios mirabolantes. A trama antológica se desenrola quando, por obra do acaso, os dois se apaixonam quase que à primeira vista, mas logo se deparam com duas dificuldades: Ela está de casamento marcado com o metido Douglas (Bruno Garcia), enquanto ele está jurado de morte por cornear o pistoleiro Frederico (Marco Nanini).
Ainda em clima junino – ou julino? –, os Politécnicos usaram 1 hora e 46 minutos de seu merecido descanso de fim de semestre para acessar o YouTube e descobrir o destino do casal nesse sucesso nacional de pouco mais de 20 anos.
Avaliações:
Pedro Gabriel
Engenharia da Computação, 3º ano
Esse é um daqueles filmes estilo Tela Quente que todo mundo já viu um trecho mas não sabe o nome. Lisbela e o Prisioneiro tenta repetir a receita de O Auto da Compadecida ao retratar um romance proibido que supera as dificuldades com tramoias e planos mirabolantes. A narrativa é bastante metalinguística, no sentido em que a mocinha identifica cada personagem como parte de uma trama clichê (e o filme é um clichê, com direito a mencionar o nome do filme no fim, trilha sonora que narra exatamente o que se retrata e milagres de roteiro no estilo Deus ex machina). Muitos diálogos têm alguma profundidade que criticam ou exaltam aspectos morais da vida em sociedade. Outros, só parecem encher linguiça, mas que são dispensados com teatralidade própria de uma peça adaptada, permitindo atuações ligeiras como a de Cabo Citonho e Leléu (confesso que a cena do rádio me quebrou um pouco) ou deliberadamente caricatas como a do pistoleiro Frederico e do Tenente. Quem cresceu vendo a Era do Gelo e A Nova Onda do Imperador (como eu), não deve ter esquecido por um segundo sequer que os dubladores da preguiça Sid e da lhama Cuzco estão no filme. No geral, o filme diverte mais pelos artifícios narrativos que pela estória em si.
Nota: 8/10
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Diego Roiphe de Castro e Melo
Engenharia Civil, 2º ano
Um filme bom para assistir e se divertir, com o estilo teatral e exagerado de algumas atuações e certas sequências, com cenas clássicas que eu já havia me deparado antes de assistir Lisbela e o Prisioneiro. Além disso, conta com um roteiro (e artifícios de roteiro) muito inteligentes, com um apelo à metalinguagem , por vezes discutindo o próprio filme dentro do filme. Ele alegra e acalenta, às vezes beira o bizarro e, apesar de ser muito clichê, com partes “novelescas”, a narrativa é autoconsciente disso, brincando com sua própria “clichezisse”. Claro que isso só foi possível com atores e atrizes capazes de dar vida a personagens tão caricatos quanto aqueles das obras de Ariano Suassuna.
Nota: 9/10
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Bruno Pereira dos Santos
Engenharia Civil, 3º ano
O fácil acesso e a duração perfeita para um filme, assim como a recomendação para este OPV me fizeram assistir a este filme, que, sendo sincero, sob condições normais de temperatura e pressão, nunca teria chegado a mim. A não ser pelos besteróis assumidos, pelas comédias recentes como “Minha Mãe é uma peça” com as sequências inclusas e pelo meu filme favorito que vejo no mínimo uma vez por ano “Hoje não quero voltar sozinho”, nunca fui um grande telespectador do cinema brasileiro, porém decidi dar uma chance a “Lisbela e o Prisioneiro”.
Sendo sincero, não senti que a obra seja uma grande peça do cinema, que nos leva a refletir dias e dias após o filme ou uma obra para alcançar o ápice das emoções, porém é com certeza um filme leve para se entreter em algum dia livre e diverte ao brincar com a metalinguagem e sua estrutura mais teatral e dramática. No aspecto do entretenimento, faz seu trabalho muito bem: a mim seu enredo todo passou voando, quando percebi, o filme já havia acabado. Recomendo por ser um bom filme, no entanto, outras obras, como as que citei aqui e muitas outras, acho que talvez valham melhor esse tempo.
Nota: 7,5/10
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Frederico Ribella,
Engenharia de Produção, 1ºano
“Lisbela e o Prisioneiro” brilha como uma pérola no cenário cinematográfico brasileiro, proporcionando ao público uma narrativa que combina risadas e emoções. Com um elenco carismático, muitas vezes já conhecido por outras obras nacionais, e diálogos carregados de características locais, o filme envolve o espectador em um romance repleto de reviravoltas, enquanto deslumbra com a atmosfera do Nordeste brasileiro.
Para mim, Frederico, que não conhecia o filme antes de assisti-lo, ele realmente me surpreendeu. Assim como o personagem Evandro, que teve um fim trágico, fui ‘derrubado’ pela qualidade da trama e a força da história. É uma comédia romântica de excelente qualidade. Embora eu não tenha assistido a muitos filmes desse gênero, posso afirmar que “Lisbela e o Prisioneiro” merece um lugar de destaque. A obra me fez lembrar dos clássicos de Mazzaropi e, em certos momentos, até mesmo de “O Auto da Compadecida”, com sua sagacidade e retratos do Brasil profundo.
Nota: 7/10
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Hoff,
Engenharia Elétrica, 2º ano
Bom filme brasileiro, com vários momentos cômicos bem construídos, boa trilha sonora e cenas bem pensadas.
Em geral, o filme conta com atores ótimos que mandaram muito bem na interpretação dos personagens, o que, pessoalmente falando, contribuiu ainda mais para a minha apreciação do filme.
A história é original, mas ainda assim consegue ser clichê (o que é feito de propósito por motivos de comicidade, o que torna o clichê aceitável).
Em termos gerais, é um filme bom que eu me diverti assistindo.
Nota: 7,2/10
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Ficha Técnica:
Uma peça de Osman Lins
Roteiro de Guel Arraes, Pedro Cardoso e Jorge Furtado
Direção de Guel Arrais
Selton Melo como Leléu
Débora Falabella como Lisbela
Marco Nanini como Frederico Evandro
Virginia Cavendish como Inaura
Bruno Garcia como Douglas
Tadeu Mello como Cabo Citonho
André Mattos como Tenente Guedes
Lançamento: 2003
Orçamento: 4,5 milhões de Reais
Bilheteria: 20 milhões de Reais
Rotten Tomatoes: 80% (público)
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