Minha ligação com o acadêmico

Entrei na Poli em 2020 e sempre fui uma pessoa que demora para se adaptar a novos ambientes. Quando estava começando a me acostumar, surgiu a necessidade do isolamento social. Consequência: o ensino remoto. “Se nem no presencial eu consegui conhecer meus colegas, agora sim que vou acabar sozinha.”

Porém, eu sabia que não devia reclamar, tinha muitos privilégios, entre as coisas mais básicas: um ambiente de estudo adequado, não ter que trabalhar para sustentar minha família e uma saúde física e mental boa, na medida do possível. Dessa forma, eu senti a necessidade de ajudar o pessoal da sala com questões relacionadas à organização das aulas, uma vez que a situação deles poderia estar mais complicada. Certo dia fiz uma planilha para auxiliar na formação dos grupos de laboratório. Os RCs da minha sala viram valor naquilo e me chamaram para também ser uma deles.

Eles já estavam no cargo há uns meses, então fui aprendendo com eles as tarefas. Com o passar do tempo, percebi que não dá para definir ao certo o trabalho do Representante de Classe. O básico seria centralizar as demandas dos alunos e levá-las para os professores e RDs. E é isso que a maioria faz. Porém, eu com meu jeito de querer fazer sempre mais, acabei passando das tarefas básicas, trazendo para mim a responsabilidade de organizar outras coisas relacionadas as aulas. Algumas delas acabaram chamando a atenção dos RDs da CCB, que para mim foram uma referência de apoio e dedicação aos alunos.

Com isso, certo dia me convidaram para participar de uma reunião do Grêmio. Decidi ir pela curiosidade e me encantei ao descobrir as várias áreas de atuação da nossa entidade. Mesmo vendo muita importância em cada uma delas, quando tive a oportunidade de concorrer a eleição, não tive dúvidas que o acadêmico seria minha diretoria, pois foi ele que me trouxe até o Grêmio e com ele que eu mais me identificava. Além disso, também fiquei como Representante Discente de alguns órgãos colegiados, papel que para mim significa um grande compromisso com os estudantes.

Vitória nas eleições, assumimos os cargos no início do ano. Sabia que o acadêmico seria muito trabalhoso, e sim, está sendo. É uma correria diária para informar e resolver os problemas dos alunos. Ligado a isso, tem a responsabilidade de RD de ser a ponte entre docentes e discentes, tendo que levar a demanda destes de uma forma que seja aceita por aqueles. Embora seja um pouco cansativo, adoro meu trabalho. Sem sombra de dúvidas, a melhor parte são as pessoas. Ainda mais em um tempo em que estamos todos isolados, valorizo muito esse contato com colegas, com diretores de entidades, e principalmente, com amigos que fiz no Grêmio. Bem, com certeza resolvi uma das minhas inseguranças de ingressante.

Enfim, nem sempre eu acerto, na verdade vivo errando. Mas é com o mesmo espírito que tive lá no ínicio que tento sempre fazer o melhor para nossa comunidade. Sintam-se livres para cobrar quando for necessário. Como representante, é meu dever buscar atender a seus pedidos. Só peço para terem paciência: sou uma aluna em fase de aprendizado como todos.

Letícia Kimoto,
Engenharia Mecatrônica, 2º ano.

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