O Caminho da Lama

(Reprodução: Carta Capital)
Por Luiz Antônio Melo (Engenharia Ambiental, 4º ano)

Doze horas. 28 minutos. Doze horas e 28 minutos. O mundo parou. O mundo parou?. 12 milhões de metros cúbicos. É janeiro. Está quente e o almoço está acontecendo. 12h28. Os responsáveis falharam. A mineradora falhou. A barragem falhou. 270 pessoas. 270 vidas. Não há conversa, nem recurso, nem STF. Não há nada. Há apenas o escuro do rejeito, encobrindo o sol quente e os 270. Do que chamá-los? Corpos? Pessoas? Jóias. Do lugar de onde tanto se extraiu minério, de que tanto se usurpou a terra, agora só se escuta silêncio. Afinal, é dia 25 de janeiro de 2019. São 12 milhões de metros cúbicos. Incontáveis irresponsáveis que afetaram infinitas vidas. A justiça que só tarda e só falha. “Até hoje, ninguém foi punido”, diz a Globo. 5 anos. 1826 dias. Não existe matemática que explique Brumadinho.

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