x y avos engenheiro

"Cirquinho", edifício-ícone da Poli (Reprodução: Diego Roiphe)
Por Samuel Mioto Visotto (Engenharia Elétrica, 3º ano)

Com quantos avos se faz um Politécnico? 5 no mundo ideal? 6 por um vacilo? 7 ou mais porque…sabe como é, né? Independente da sua resposta, fato é que há pouco ou foi adicionado +1 no seu numerador, ou você ingressante ganhou uma fração para chamar de sua, e nós do Jornal esperamos que essa conquista tenha sido tão agradável e proveitosa quanto possível.

Apesar de toda a diversidade de pessoas e opiniões na escola é justo assumir que cada aluno que passa pelos corredores, que bandeja, que desfoca na aula, que ri e que chora está numa busca constante de igualar seu numerador ao denominador. Essa epopeia pelo quociente 1 é a razão de todo esforço e desgaste comum aos politécnicos; acordamos pensando na melhor estratégia para aumentar o dividendo e dormimos pensando em como deixar intacto o divisor.

Dito isso, o que os editores d’O Politécnico têm na cabeça para desejar que essa tal “epopeia” seja agradável e proveitosa? Não seria essa a dita “escola das pessoas tristes”? Bem, talvez realmente haja certa inocência em aspirar tanta positividade enquanto se segue a crescente sequência de números naturais que vão no seu numerador; contudo, será que não há como atribuir maior significado aos elementos dessa progressão, de forma a pelo menos, quem sabe, atenuar o martírio?

Talvez você tenha acabado de chegar, ou passou por um primeiro ano de choque e maravilhamento, o segundo focado na extensão, o terceiro na iniciação científica, o quarto para tirar o atraso, o quinto conhecendo pessoas novas e incríveis, no sexto estagiando e começando a ver os outros com saudade e nostalgia. Enfim, para uma mesma pessoa, muitas são as possibilidades de vivenciar a experiência politécnica – seja lá quantos avos ela venha a ter – e por isso esse incentivo de que além da busca pelo seu fim, que se busque seu desfruto.

Por fim, em alguns anos, apesar dos pesares, todos os nossos numeradores se igualarão aos denominadores, passando a impressão de que a inteireza finalmente foi atingida. Nada de números quebrados, vírgulas ou dízimas. No entanto, e o resto? Ora, você pode até alegar que não há resto nessa divisão, pois o dividendo sempre será menor ou igual ao divisor – mas não precisa ser assim. Esperamos que na sua graduação haja resto, que transborde e abunde vida e alegria, assim, mesmo que a conta não bata, que bata a sensação de ter valido a pena.



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