Entrevista Mateus Pina e Rafael Varanda, 1° ano de Engenharia Mecatrônica – Chapa Revoada

O que é o jornal para a chapa Revoada?

[Rafael] O jornal para chapa é um projeto aberto e uma forma de contato nosso com o resto da Poli, para as pessoas que querem escrever, participar das reuniões e para ser um local de debate acerca de temas políticos e culturais. O jornal, não devemos esquecer, é um patrimônio histórico. Ao longo dos seus 77 anos, ele conta boa parte da história da Poli e do Brasil

Então, a gente vê desses dois jeitos, como um espaço aberto para promover debate, formular ideias, incentivar escrita e atividades mais humanas. Buscamos promover todo esse contato com outras áreas. E também, com essa parte do patrimônio histórico.

[Mateus] Pelo fato de ser um espaço aberto, temos diversos pontos de vista e conseguimos atrair diferentes públicos, desde ingressantes até alunos de outros anos. Sempre tentamos pensar como um espaço acolhedor, que seja um local prazeroso de se estar, porém, sem esquecer da responsabilidade de escrever para um veículo oficial de comunicação do Grêmio.

A gente enxerga como um projeto muito legal de desenvolver habilidades que nem sempre são abordadas em matérias dentro da Poli, trazendo uma formação mais humana e cultural, que achamos primordial.

Qual é o seu projeto de jornal para o ano que vem? O que podemos esperar de novidade?

[Mateus] Para o ano que vem, não tem como não pensar que provavelmente vamos voltar para o presencial e ter a retomada das edições físicas, apesar de já termos tido a edição do kit bixe desse ano. Pensamos que com a edição física podemos atingir mais pessoas da Poli, tendo em vista a redução de pessoas no grupo do Facebook da Poli, por exemplo, que não abrange nem metade dos politécnicos.

Assim, achamos primordial retomar a edição física do jornal, porém pretendemos reformular o seu formato, pensando em conteúdos exclusivos, para não perder um pouco do significado da impressão. Devemos também pensar na produção online e em toda a mudança que ela trouxe nesses últimos dois anos — como a nossa página do Facebook, o Instagram, que foi feito neste ano, e o nosso site, que foi todo remodelado —, que permitem um contato cada vez mais próximo com o público.

Também queremos repensar como as pessoas enviam textos para o jornal. Às vezes, a pessoa quer mandar algo, mas não se sente à vontade para participar das reuniões abertas, por exemplo. Ela precisa continuar tendo esse espaço para que seu texto seja publicado. Afinal, é um jornal de toda a Poli, e não só nosso.

[Rafael] A gente busca que os dois ambientes, jornal físico e online, se sustentem. Que a pessoa pegue a edição física e seja encaminhada para as nossas redes, e, caso passe por um texto pelas redes, ela procure a edição física para ler os textos que só serão postados por lá.

Então, a gente acha que essa comunicação entre esses dois meios deve ser muito legal. Importante pontuar que será a partir do nosso site que vamos fazer toda a reformulação para submeter textos. Resumindo, pretendemos juntar essas plataformas, alterar nosso layout e facilitar a submissão de textos.

Como vocês enxergam os outros jornais da Poli e da USP?

[Rafael] Eu acho muito legal que eles existam e queria que existisse uma comunicação melhor. O objetivo do jornal é incentivar as pessoas a lerem e escreverem, e, quanto mais espaço para as pessoas fazerem isso, melhor. Nunca vi como uma competição, quero as pessoas lendo!

Na nossa edição do Kit Bixe, tivemos espaço para as pessoas publicarem texto de outros centrinhos. Eu leio muito o “O Corvo”, porém confesso que não conheço todos os outros jornais, gostaria de ter um ambiente de mais contato e ter um espaço mais trabalhado para fazer uma divulgação mais forte. Com certeza, seria um assunto que a gente discutiria mais para frente.

[Mateus] Na minha visão, cada jornal tem sua função, seu público-alvo, e de forma alguma enxergamos como uma competição. Os jornais de cada centrinho, no geral, têm seu público voltado para os próprios estudantes de cada curso, então, é muito importante que eles coexistam. De fato, não temos tanta comunicação com esses outros jornais, porém achamos importante essas colaborações para o futuro.

Qual a função de um jornal em uma escola de engenharia?

[Mateus] Para mim, um jornal e uma escola de engenharia não são coisas tão distantes como parecem. Eu, por exemplo, considerei seriamente cursar jornalismo, porém acabei na engenharia. Quando eu entrei no jornal, encontrei nele um local para não deixar uma das minhas paixões morrer.

Eu acredito ser muito importante o jornal e outros projetos e iniciativas que fomentem essa formação cultural e artística, essenciais, também, para um bom profissional. Todo o processo de lidar com pessoas e enxergar de outras formas um problema de engenharia é facilitado quando você carrega a bagagem desse tipo de experiência. Assim, num primeiro momento, o jornal tem a função de divulgar informações, porém acaba incentivando muito mais do que isso.

[Rafael] Eu acho que o hábito da escrita vai sempre se entranhar em tudo, como engenheiro vai precisar escrever um relatório, e vão ser coisas que sempre se permeiam. Ter um espaço para expressão artísticas e políticas é essencial numa escola de engenharia, auxiliando muita na formação como engenheiro e cidadão.

Além disso, o jornal é uma forma de saber o que está rolando no mundo. Acredito que ter uma bagagem artística melhora muito a sua performance, seja com música ou escrita. Então, ter um jornal na Poli, um local para publicar o seu texto beira o essencial, a gente precisa que isso exista.

Porque vocês querem ser diretores do jornal ano que vem?

[Mateus] Lembro que na semana de recepção eu ainda nem sabia se ia continuar na Poli ou não. Além disso, tinha muita informação nova, sobre grupos de extensão, intercâmbio e tudo mais. Era muita coisa ao mesmo tempo, e eu decidi participar apenas do jornal. Já tinha lido alguns textos da 1ª edição, e um deles em particular, sobre quando a pandemia acabar, me chamou muito a atenção, foi bem marcante para mim e certamente eu guardo com um carinho muito especial. No início, eu achava que o jornal era mais sobre engenharia, um espaço para informes e coisas do tipo. Porém, quando eu li esse texto, vi que poderia ser uma experiência muito mais ampla, com um ambiente leve e legal de se estar.

O início da faculdade é sempre um momento de muita pressão, e o jornal me ajudou a passar por tudo isso, além de me levar a outros projetos do próprio Grêmio, que, no final, me ajudaram a me encontrar na Poli e a fazer um grupo de amizades. Assim, eu quero ter a sensação de proporcionar isso a outras pessoas e retribuir um pouco do que eu senti. É claro que nós temos diversas ideias para o jornal do ano que vem e estamos muito animados para isso, mas, para mim, acima de tudo, o sentimento é esse, de gratidão.

[Rafael] O projeto do jornal foi com certeza o que eu mais me apaixonei dentro da Poli. Todas as reuniões que eu participei, apesar de serem um compromisso, eram um lazer, não pesava, meu tempo no jornal passava mais rápido. Foi assim que eu me apaixonei pelo projeto. Vendo o nascimento do nosso Instagram, que está com quase 1.000 seguidores, me faz querer cuidar dele, criar ele junto e ajudar a escrever essa história.

Eu considerei fazer jornalismo até um ponto da minha carreira, e, até por amar escrever, quero muito participar desse lugar e me aprofundar nisso. Um exemplo que eu sempre dou é o texto da Poli Santos. Eu gostaria muito de ter meu nome como escritor de algo do tipo.

Porque vocês se identificaram com a chapa Revoada?

[Mateus] Ter entrado no jornal mudou muita coisa para mim. Quando eu comecei a participar de mais coisas, por influência do jornal, tive muito interesse pelo trabalho da instituição e muita admiração pelas pessoas que participam dela. Eu tive muita vontade de fazer parte disso, apesar de ter um pouco de insegurança se iria conseguir lidar com toda a responsabilidade por trás. No final, eu superei esse medo e acabei, inclusive, pegando duas diretorias, porque eu realmente acreditava — e sigo acreditando, claro — muito no projeto e nas pessoas que compõem a Revoada. Eu senti que era algo que eu precisava fazer, que, além de tudo, iria me ajudar muito pessoalmente e que era uma oportunidade que eu acabaria me arrependendo se não agarrasse.

[Rafael] Eu sempre quis participar do jornal e por ele acabei participando de outros projetos, como a SemaPol e reuniões abertas do Grêmio. Dessa forma, eu acabei me conectando com as pessoas da chapa, um pessoal muito acolhedor e que eu queria passar mais tempo. Após isso, veio uma ligação com os pilares e com a ideia central da chapa. A gente tenta lidar de uma forma leve, porém sabemos a responsabilidade de nossas atividades, sabemos que precisamos dar um suporte para os outros alunos e que o que fazemos acaba afetando todos os outros estudantes. É toda uma situação de responsabilidade que eu quero fazer parte, e é um passo para eu crescer ao lado de pessoas que eu admiro e gosto muito.

Teremos cafezada ano que vem?

[Rafael] Vou ser sincero, sou um bixo EAD e nunca participei de nenhuma. Porém, com certeza vai retornar se voltarmos a ter edição presencial!

Roberto Ortega,

Engenharia Civil, 4º ano.

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